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O Grupo de Estudos e Difusão Cultural da China (GEDCC) é um Projeto de Cultura apoiado pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (ProEC) da Universidade Federal do ABC (UFABC), o qual nasce a partir da comemoração dos cinquenta anos das relações diplomáticas entre a República Federativa do Brasil e a República Popular da China, nascidas em 15 de agosto de 1974, e pela necessidade em estudar, pesquisar e refletir acerca dos aspectos culturais históricos e contemporâneos deste país em constante ascensão.


  • Artigo: “Cultura Chinesa em Diálogo” – 03/07

    CULTURA CHINESA EM DIÁLOGO: O GEDCC COMO FERRAMENTA DE DIFUSÃO CULTURAL DA CHINA NO ÂMBITO UNIVERSITÁRIO

    Por Demétrio Gaspari Cirne de Toledo, Giovanna Andrade dos Santos, Laura Pugliesi Rivaben e Lucca León Franco.

    O Grupo de Estudos e Difusão Cultural da China (GEDCC) é um Projeto de Cultura apoiado pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (ProEC) da Universidade Federal do ABC (UFABC), por meio do Programa de Apoio às Ações de Cultura (Edital PAAC nº 01/2024). O GEDCC nasce a partir da comemoração dos cinquenta anos das relações diplomáticas entre a República Federativa do Brasil e a República Popular da China, estabelecidas em 15 de agosto de 1974, e pela necessidade de estudar, pesquisar e refletir sobre os aspectos culturais históricos e contemporâneos deste país em constante transformação. No âmbito acadêmico, várias pesquisas dirigidas aos estudos da cultura e da filosofia chinesa estão aumentando no Brasil e no mundo, principalmente nas áreas das Ciências Sociais, Relações Internacionais, Ciências Econômicas e Políticas Ambientais. Em nossa Comunidade Universitária não é diferente: há um interesse crescente pelo conhecimento sobre cultura e filosofia chinesa em diferentes cursos de graduação e pós-graduação. O GEDCC tem como proposta a criação de um ambiente que busque, além de diálogos, reflexões e debates acerca da cultura e da filosofia chinesa, a sua difusão na nossa Comunidade Universitária, tendo como objetivo contribuir para o fortalecimento, a consolidação e o interesse pela cultura chinesa, principalmente como espaço de debate e de trocas abertas e pelo encontro entre a academia, a arte e os demais setores envolvidos e interessados na cultura deste país. O Projeto foi organizado de modo a democratizar o acesso à cultura chinesa, visando ampliar os conhecimentos dos interessados – inclusive advindos da Comunidade Externa – sobre este país que tem uma influência cada vez maior no mundo. A metodologia adotada combina encontros presenciais e virtuais, leituras dirigidas, seminários internos e externos, elaboração e participação em eventos acadêmicos e culturais, produção de conteúdo digital e elaboração de materiais de divulgação cultural e científica. Para isso, seu funcionamento é dividido em dois grandes eixos: as Sessões de Estudos e as Sessões de Difusão. As Sessões de Estudos compreendem o eixo do ensino e da pesquisa sobre a cultura chinesa, principalmente pela promoção de encontros mensais para reflexão e debate, com base em temas pré-definidos. As Sessões de Estudos acontecem de modo presencial no campus de São Bernardo do Campo, estando previstos excepcionalmente, devido aos períodos de recesso acadêmico, alguns encontros on-line. Os materiais necessários para estudo são compartilhados com antecedência para que sejam vistos e lidos por todos, incentivando o debate sobre o tema proposto. Além disso, a partir das mesmas, poderão ser desenvolvidos artigos, resenhas, postagens e publicações que dialoguem com os objetivos do Projeto. Internamente, a organização do GEDCC, composta por pesquisadores, que se dividem em curadorias temáticas e ficam responsáveis por preparar a parte expositiva e a mediação da discussão, de modo que o Grupo tem forte apelo pelo protagonismo discente. Alguns exemplos de curadorias temáticas, são: literatura, artes visuais, cinema, arte contemporânea, teatro, música e ópera, dança e circo, arquitetura, culinária e artes marciais.

    4ª Sessão de Estudo, ocorrida em 05/06.

    Já as Sessões de Difusão são compostas por diversas ações que têm como objetivo geral a difusão cultural da China e a divulgação científica do Projeto. Tratam-se de palestras, sessões de cinema, apresentações culturais, visitas técnicas, entre outras atividades. Também poderão ser realizadas publicações e newsletters, entre outras iniciativas. O GEDCC adota uma abordagem multidisciplinar, contemplando áreas como Relações Internacionais, História, Filosofia, Economia, Arte e Cultura, o que permite uma compreensão mais abrangente da realidade chinesa. A autogestão e a horizontalidade são princípios organizativos centrais, assegurando a participação ativa dos integrantes na escolha dos temas, na condução das atividades e na constante avaliação do projeto. Como público-alvo tem-se, de modo geral, pessoas interessadas e entusiastas pela cultura chinesa, podendo ser discentes da graduação e da pós-graduação, docentes, técnicos administrativos e membros da Comunidade Externa. Até o momento da submissão deste resumo, foram realizadas quatro Sessões de Estudo — que abordaram um panorama histórico do país e as temáticas da literatura, das artes visuais e do cinema —, e duas Sessões de Difusão, marcada por um cine-debate e por uma palestra sobre a arte chinesa, em parceria com o Instituto Confúcio da Universidade Estadual do Pará (UEPA). Para as próximas semanas, temos agendados uma exposição de pôsteres históricos, uma palestra sobre cinema chinês contemporâneo e uma mostra de cinema quinzenal, além de um calendário contínuo de encontros temáticos. Como métricas parciais do Projeto, há dois bolsistas, onze voluntários, noventa e sete participantes das Sessões de Estudo e diversos acessos em nossas redes sociais e website — nos quais compartilhamos variados conteúdos sobre a cultura chinesa. Tanto as Sessões de Estudo como as Sessões de Difusão colaboram para o entendimento e a promoção de diferentes dimensões da cultura chinesa: cidadã, simbólica, política e econômica. Assim, promove-se o acesso igualitário à cultura, contribuindo para uma sociedade mais justa e democrática, valorizando o patrimônio cultural e inserindo a cultura em modelos sustentáveis de desenvolvimento socioeconômico. De agora em diante, o Grupo pretende ampliar os horizontes por meio de parcerias institucionais com as organizações que estudam ou trabalham com algum aspecto da Cultura Chinesa. Estamos abertos a ampliar nosso calendário sempre que pertinente e que as oportunidades nos façam atingir nossos objetivos de democratização e difusão do conhecimento e da Cultura Chinesa.

    REFERÊNCIAS

    BRASIL. Lei nº 14.835, de 4 de abril de 2024. Institui o marco regulatório do Sistema Nacional de Cultura (SNC), para garantia dos direitos culturais, organizado em regime de colaboração entre os entes federativos para gestão conjunta das políticas públicas de cultura. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 5 abr. 2024. Disponível em: www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2024/lei-14835-4-abril-2024-795455-publicacaooriginal-171427-pl.html.

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC. Grupo de Estudos em Difusão Cultural da China (GEDCC). Santo André: UFABC, 2025. Disponível em: gedcc.proec.ufabc.edu.br.

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC. Edital Nº 62/2024 – PROEC. Santo André: UFABC, 2024. Disponível em: www.ufabc.edu.br/images/stories/comunicare/boletimdeservico/boletim_servico_ufabc_1374.pdf#page=69.

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC. Plano de Desenvolvimento Institucional: 2024–2033. Santo André: UFABC, 2023. Disponível em: pdi.ufabc.edu.br/2024-2033. 

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC. Resolução CEC nº 13/2021, de 24 de novembro de 2021. Define ação cultural no âmbito da UFABC. Santo André: UFABC, 2021. Disponível em: curricularizacao.proec.ufabc.edu.br/normas/res-13.

  • Convite: X Congresso de Extensão e Cultura – 03/07

    É com muita felicidade que confirmamos a nossa participação no X Congresso de Extensão e Cultura da Universidade Federal do ABC (X CONEXÃO-UFABC)! 🎓✨

    Na ocasião, compartilharemos um pouco da nossa criação, funcionamento, metodologia e, claro, uma prévia de nossos resultados. Nossa apresentação será realizada no Auditório A005 (Bloco Beta/SBC), às 14h, na próxima quinta-feira (03/07). ❤️

    O X CONEXÃO é um espaço de troca, aprendizado e transformação organizado pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura de nossa Universidade. O evento tem como objetivo divulgar ações e resultados de atividades extensionistas e culturais realizadas por Instituições de Educação Superior de todo o Brasil, promovendo o diálogo entre academia e sociedade. 💬🌍

    Além disso, confira a publicação de um artigo sobre o nosso projeto, disponível na página oficial do evento ou em: gedcc.proec.ufabc.edu.br/artigos/cultura-chinesa-em-dialogo/. 📣

    🔗 Saiba mais sobre o evento em: eventos.ufabc.edu.br/conexao.

  • Recomendamos: “Mostra Paixão Obsessiva” – 01/07

    Nesse início de quadrimestre teremos a Mostra “Paixão Obsessiva”, com filmes sobre gente que ama, além do saudável. Pode parecer uma piada de mal gosto, mas a escolha de apaixonados obsessivos, para nós, tem tudo a ver com o Mês dos Namorados, afinal, nem todo amor é bom. 🍿❤️

    Essa curadoria, realizada pelo Cinematographo, outro Projeto de Cultura de nossa Universidade, começa com um clássico essencial para qualquer amante de cinema: “Um Corpo Que Cai”, de Alfred Hitchcock. Na semana seguinte temos um convidado especial, que vai estrear o novo sistema curadoria do cineclube, o Prof. Samon Noyama, que indicou e vai conduzir a conversa sobre o filme “Morte em Veneza”, o guia do tema da mostra. Seguimos com o brasileiríssimo “Para Minha Amada Morta”. 👏

    ➡️ O GEDCC recomenda, em especial, a exibição de “Amores Expressos” (1996), dirigido pelo Wong Kar-Wai, a qual ocorrerá no dia 01/07 (terça-feira), às 14h.

    Além da sessão especial com o professor convidado, há ainda uma outra novidade: o encerramento da Mostra com a exibição de um filme escolhido pelo público, os candidatos são: “A Lei do Desejo”, de Pedro Almodóvar; “A Bela da Tarde”, de Luis Buñuel; e “Lolita”, de Stanley Kubrick.

    Saiba mais informações em: instagram.com/cinematographo_ufabc.

    Todas as sessões são gratuitas e abertas ao público, sem restrições. 🗣️

    Com carinho,

    Equipe GEDCC

  • Convite: Palestra “O Cinema Chinês – da quinta à sexta geração” – 16/06

    Olá, tudo bem? 🐍

    Com muita felicidade, anunciamos que nesta segunda-feira (16/06), às 17h, teremos a palestra “O Cinema Chinês – da quinta à sexta geração”, com a Profa. Dra. Cecília Mello (USP). Nesse evento, teremos a honra de descobrir as nuances do cinema chinês! 🇨🇳

    A nossa convidada é livre-docente no Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Com uma vasta experiência em pesquisa sobre realismo audiovisual, relações entre cinema e cidade, e intermidialidade, a Profa. Mello é uma referência na área. Sua formação e experiência incluem estágios pós-doutorais na Beijing Film Academy (2013), na Universidade de Pequim (2015), e na Taipei National University of the Arts (2008 e 2017), além de ter sido pesquisadora visitante em instituições como a Universidade de Nottingham (2010), o King’s College London (2022) e o Centro de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares de São Paulo (CEPIS). É autora de obras como “The Cinema of Jia Zhangke: Realism and Memory in Chinese Film” (Bloomsbury, 2019) e organizadora de diversas publicações sobre cinema. 🎬

    O evento ocorrerá no Auditório A002 (Bloco Beta/SBC) e conta com a emissão de certificado de participação. Saiba mais em: eventos.ufabc.edu.br/evento/palestra-o-cinema-chines-da-quinta-a-sexta-geracao/

    Prepare-se para uma imersão na evolução do cinema chinês a partir dos anos 1980! Até breve! 🎥🍿

    Cordialmente,

    Grupo de Estudos e Difusão Cultural da China (GEDCC)

  • Convite: Sessão de Cinema “In the Mood for Love” (2000) – 13/06

    O Grupo de Estudos e Difusão Cultural da China (GEDCC), com muito prazer, nossa 1ª Mostra de Cinema, que contará com sessões quinzenais que possuem o objetivo de celebrar as diversas visões e expressões do cinema chinês construídas ao longo do tempo. 🎥🎞️

    As exibições acontecerão às sextas-feiras, com início às 16h30, e contarão com um rico debate sobre as obras apresentadas, além de uma seleção cinematográfica diversa e participativa.

    Em nossa primeira Sessão de Cinema será com a transmissão do filme “In the Mood for Love” (2000). 🍿

    Assim, daremos início com o clássico de Wong Kar-Wai, uma obra-prima do cinema de Hong Kong que mergulha no amor contido, nas sutilezas do cotidiano e na estética inesquecível que consagrou o diretor. Além disso, neste mês o filme completa 25 anos desde a sua estreia! ❤️

    A Sessão será realizada no Auditório A005, do Bloco Beta, em São Bernardo do Campo. Até breve! 🎞️

    Atenciosamente,

    Grupo de Estudos e Difusão Cultural da China (GEDCC)

  • Convite: 4ª Sessão de Estudo – 05/06

    Prezada Comunidade Acadêmica,

    O segundo quadrimestre está prestes a se iniciar, mas não se preocupe: temos uma boa notícia! Na próxima semana, teremos nossa 4ª Sessão de Estudos! 🎥🍿

    Com o fim do recesso letivo, também voltamos com nossas sessões de estudos presenciais. No dia 05/06 (próxima quinta-feira) teremos mais um encontro, dessa vez sobre Cinema na China. 

    Vamos abordar o advento do cinema chinês, suas caracteristicas e especificidades.

    ➡️ Confira a filmografia base recomendada:
    – O Destacamento Vermelho de Mulheres (1961);
    – Taipei Story (1985);
    – A despedida (2019); e
    – Fallen Angels (1995).

    Todos os materiais estão disponíveis em: gedcc.proec.ufabc.edu.br/sessoes-de-estudo.

    E, se você tiver interesse em se aprofundar mais, temos disponíveis outros materiais complementares, visuais e teóricos.

    Faça parte de nosso grupo de WhatsApp (forms.gle/5FYcQGq25FR2SSps7) e, claro, não deixe de conferir a data de nossos próximos encontros (gedcc.proec.ufabc.edu.br/sessoes-de-estudo). Em caso de dúvidas, entre em contato conosco!

    Nos vemos em breve! ✨🪭

    Cordialmente,

    Grupo de Estudos e Difusão Cultural da China (GEDCC)

  • Recomendamos: “Depois do sonho americano, há um sonho chinês?” – 02/06

    Como conteúdo desta semana, o Grupo de Estudos e Difusão Cultural da China recomenda o episódio “Depois do sonho americano, há um sonho chinês?” do Podcast Café da Manhã, da Folha de S. Paulo. 🐍

    O conceito do sonho americano há décadas permeia o imaginário em muitos países —além dos Estados Unidos— graças a filmes, músicas e à influência de Washington. A política local também se aproveita disso: Donald Trump citou “American dream” na campanha de 2024 e fez dele um ponto central do movimento MAGA (torne os EUA grandes de novo).

    Até aqui, porém, a gestão Trump vem sendo marcada por incerteza econômica e ofensivas diplomáticas. Contra a China, além do tarifaço —hoje em negociação estagnada-, começaram a ser impostas restrições a vistos de estudantes, o que foi criticado por Pequim.

    No contexto de fraturas no sonho americano, de brigas em série compradas pela Casa Branca com outras potências e de um redesenho do papel dos EUA no cenário e no imaginário globais, que espaço teriam outros sonhos “nativos”? 🤔

    Assim, o Café da Manhã desta segunda-feira (02/06) trata dessas questões com foco em Pequim. Onde os sonhos entram no chamado soft power? Como a China lida com isso? E o que seria o “sonho chinês” que faz parte do projeto do Partido Comunista e do líder Xi Jinping? O podcast entrevista Prof. Dr. Demétrio Toledo, da Universidade Federal do ABC, que morou na China e estuda o país asiático.

    ➡️ Confira na íntegra em: open.spotify.com/episode/21zrvO2OiOE8X12KVyZurn?si=igwXPkaZTGas709VWvgyRw.

    Um grande abraço,

    Grupo de Estudos e Difusão Cultural da China (GEDCC)

  • Convite: Palestra “Arte Chinesa – um presente além do tempo e espaço” – 12/05

    Prezada Comunidade Acadêmica,

    O Grupo de Estudos e Difusão Cultural da China (GEDCC) convida você para participar da palestra “Arte Chinesa – um presente além do tempo e espaço”, com o convidado Prof. Antônio Carlos Braga, Diretor do Instituto Confúcio na Universidade Estadual do Pará (UEPA). O evento acontecerá na próxima segunda-feira (12/05), às 17h30, via Google Meet. 🇨🇳🐍

    Antônio Carlos Braga Silva é Mestre em Planejamento e Políticas Públicas; Especialista em Língua Portuguesa e Análise Literária; Especialista em Gestão da Sala de Aula e da Aprendizagem na Educação Básica e Superior; Graduado em Letras; Graduado em Pedagogia. Diretor do Instituto Confúcio na Universidade do Estado do Pará – UEPA , desde 2016 até o momento. Foi Secretário Geral da UEPA (2006-2020). Foi Diretor Acadêmico. Coordenador de Pós-Graduação, Coordenador do Curso de Pedagogia, Coordenador do Curso Letras, da Faculdade da Amazônia. Tem experiência no ensino de Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Latim, Linguística, Alfabetização e Letramento.

    ➡️ Inscrições no seguinte link: forms.gle/Qj2m3tmVCtmPrYXj7.

    O evento é gratuito, certificado e aberto ao público!

    Aliás, aproveitamos a oportunidade para lembrá-los de nossa 3ª Sessão de Estudos, na qual será apresentada a curadoria temática de Artes Visuais! 🖌️🎨

    Saiba mais em: gedcc.proec.ufabc.edu.br/sessoes-de-estudo/.

    Cordialmente,

    Grupo de Estudos e Difusão Cultural da China (GEDCC)

  • Notas de Estudo: Artes Visuais da China

    Por Giovanna Andrade, Laura Pugliesi e Marcela Mota.

    Para esse encontro, a equipe da curadoria decidiu-se por organizar a parte expositiva em três blocos: Pintura Tradicional, Cerâmica e Arte Moderna. Como todas as nossas sessões, o material base pode ser encontrado em nosso website. Essa sessão foi excepcionalmente online, o que nos permitiu misturar algumas mídias que valorizaram a vastidão da arte chinesa, e tudo pode ser encontrado nos slides da sessão.

    Pintura

    O bloco de pintura foi focado em pintura tradicional, fazendo um desenvolvimento artístico e histórico pelas escolas de pintura chinesas, através dos elementos de continuidade e ruptura. O material base do bloco foi retirado do site do Chinese Online Museum (COM), nele vocês podem aprender muito mais sobre a história chinesa, assim como obversar o grande acerso de obras digitalizadas em boa qualidade de imagem e com ferramentas de lupa que permitem uma observação bastante cuidadosa e detalhista.

    Existem elementos que parecem ser permanentes na pintura chinesa, a natureza e a espiritualidade aparecem constantemente. Para observar esses dois elementos permanentes o texto base recomendado para a sessão foi o “Espírito da Arte Chinesa” de Emilio Mazza, e apesar de ser um texto mais antigo (1962), o autor é capaz de passar um alto nível de sensibilidade ao descrever o processo dos artistas chineses, evidenciando seu interesse em transmitir a subjetividade, sensibilidade e abstração. 

    Podemos capturar a essência da espiritualidade da pinturas tradicionais pelo seguinte trecho do autor:

    “A característica fundamental da pintura chinesa é a calma harmoniosa. O pintor chinês é um sereno taoista, um homem que, antes de pintar, permaneceu longamente em comunhão com a natureza, contemplando-a do alto das montanhas. (…) a calma atingida pelo espírito do artista, confundindo-se com a harmonia universal.” (MAZZA, 1962)

    Portanto pintura chinesa parece buscar a harmonia com a natureza da mesma forma como a filosofia e os ensinamentos morais propõem. Nesse sentido a pintura é mais do que um instrumente de representação da realidade, trata-se também de um culto ao ritmo e ao abstrato (MAZZA,1962 ) procurando transmitir sentimento, sensações e movimentos mais do que retratar o que se vê com perfeição.

    Começamos a análise de obras a partir de Wu Daozi, entitulado o “primeiro grande mestre”, que durante a dinastia Tang (~685 – ~758) produriza suas obras inovadoras em termo de técnicas de pintura. Sua marca são os traços suaves, de pétalas de orquídea, que compõe especialmentte as vestimentas, dando leveza e fazendo parecer com que as personagens retratadas estejam flutuando, com uma incrível capacidade de dar movimento às figuras (Imagem1). O mesmo autor costumava dizer: “Se a linha se limita a traçar os contornos das coisas, não pode ter liberdade própria”.

    Imagem 1: Eighteen-seven celestial people, Wu Daozi.

    Despois passamos para um recorte de algumas escolas da pintura chinesa. Começando pela literati painting, uma composição de pintura e poesia, artes que pela tradição chinesa tem tanta afinidade que frequentemente são encontradas juntas. Parte dos especialistas afirmam que isso acontece em decorrência da forma de escrita e caligrafias chinesas, cujos caracteres também podem ser considerados uma forma de arte quando estilizados. Assim, pintura, caligrafia e poesia se encontram nessa escola de pintura,

    “Como o Taoismo, esta pintura-poesia eram um esfôrço do espírito humano para abstrair das monótona vicissitudes cotidianas e atingir uma liberdade sem limites” (MAZZA, 1962).

    Essa escola de pintura é uma das que mais perdura no tempo, seus expoentes vão desde a dinastia Song, Yuan, Tang até a dinastia Ming. As pinturas dos artistas deste grupo são caracterizadas, em geral, por um tratamento subjetivo, pessoal e expressivo da realidade (Imagem 2).

    Imagem 2 – Cores do outono nas montanhas Que e Hua (鵲華秋色), Zhao Mengfu (趙孟頫, 1254–1322) , Dinastia Yuan (1279–1368).

    Passamos também pelos Quatro Mestres da Dinastia Ming, a região da China mais próxima ao rio Yangtze vivenciou um período de grandes prosperidade econômica e grande punjancia artística – como os vasos Ming dos quais iremos tratar adiante nessa nota de leitura. A pintura então se dividiu por dois lados (COM), um dos artistas letrados, aqueles que seguiam ainda a escola literati painting, outro por artistas que se dedicavam a retratar a vida da corte (Imagem 3).

    Imagem 3 – Manhã de Primavera no Palácio Han, Qiu Ying (仇英, ca. 1494–1552) , Dinastia Ming (1368–1644).

    Fizemos uma pausa para falar de uma artista chinesa, uma mulher pintora cujas obras também datam da dinastia Ming. Conhecida por seu nome artístico Duling Neishi, Zhu, segui os passos do pai e sua trajetória é marcada por alto nível de técnica e rebuscamento das pinturas (Imagem 4). Ela representou temáticas figurativas, especificamente mulheres, damas pinceladas com cores brilhantes e detalhes em tinta escura, com a paisagem em segundo plano. Sua arte, embora tradicional, parecia livre de amarras, de forma que ela costumava inserir autorretratos em pinturas de damas dos cenários budistas (Silvestre, Maria, 2021).

    Imagem 4 – À esquerda, Figure of a Guo Lady; à direita, Pine Tree and Figure, Duling Neishi.

    Após esse curto momento para dar destaque às mulheres na arte, fomos para um momento diferente da pintura chinesa, mais dramático e escuro. Ao início da dinastia Qing, a primeira dinastia estrangeira (machu), o clima era de angústia e sentimento de perda pela queda da dinastia Ming (COM). Os Quatro Monges são uma escola de pintura que expressou sua frustração, confusão e sentimento de perda em suas pinturas. São capazes de romper com a pintura tradicional, cada um com um estilo individual, e com forte ênfase na expressão do sentimento (Imagem 5).

    Imagem 5, Primavera em flor de pêssego, Shitao (石濤, ca. 1642–1707), Dinastia Qing.

    Com a passar do tempo, a Dinastia Qing ganha novos contornos e expressões, ainda marcada por uma ironia e crítica social, destacamos os ‘Oito excêntricos” da escola Yangzhou. São personalidades fortes cuja maioria deles vinha de origens pobres ou problemáticas (COM). Ainda assim, o termo é, em geral, mais uma declaração sobre seu estilo artístico do que sobre quaisquer excentricidades sociais (Imagem 6).
    Sobre esse escola é interessante observar o “preto no branco”. Uma constância dentro da pintura chinesa parece ser permitir que os espaços não preenchidos sejam parte das obras, de modo que raramente vemos que as folhas são totalmente preenchidas com tinta. Esse elemento do “branco conta como tinta” (MAZZA, ) é bastante divergente da pintura ocidental.

    Imagem 6 – Bambu, pedras e orquídeas isoladas, Zheng Xie (1693-1765), Qing Dynasty.

    As duas últimas escolas abordadas foram a Escola de Shangai, em que se marca o retorno das cores à pintura chinesa, em um período de declínio político e econômico da China, uma maior influência da pintura e das mídias ocidentais, como a fotografia litografia, cartazes coloridos e jornais de grande circulação (COM). Foi nesse ambiente cosmopolita que nasceu um estilo distinto de pintura., uma vez que é um período de abertura dos poros no final do século XIX (Imagem 7).

    Imagem 7 – Sem título, Xugu (虛谷, 1823–1896).

    Por fim, abordamos a Escola Lingnan, ocorrida ainda na dinastia Qing, no entanto com um tom mais moderno (Imagem8), surgida na região ao sul das Cinco Cumes, em Guangdong,  a abertura do porto comercial levaram a uma mudança revolucionária na prática artística na região de Lingnan, acompanhada pelo surgimento de muitos pintores promissores e talentosos (COM). Essa escola é fortemente marcada pela abstração e pelo uso contrastante de traços pretos bem marcados e cores suaves.

    Imagem 8 – Peônias e Bulbuls Chineses, Ju Lian (居廉, 1828–1904), Dinastia.

    Os últimos destaques feitos foram para o “Picasso Chinês”, Daqian (1899-1983) é considerado o artista chinês mais importante do século XX e que se dedicou à prática da caligrafia e pintura tradicionais chinesas, deixando uma grande produção de obras em estilo moderno e extremamente pessoal (Imagem 9). Viveu durante a trasição entre a Dinastia Qing e a República. E na década de 1950, por conta da Recolução Chinesa, veio viver no Brasil, especificamente em Moji das Cruzes (Ibrachina, 2019).

    Imagem 9 – Lotus, Chang Dai-chie, 1948.

    Concluindo esse bloco, vemos que há novamente uma valorização da pintura tradicional chinesa, artistas se esforçam para fazer releituras das grandes obras chinesas, de modo que, para um olhar leigo é bastante difícil diferenciar a pintura contemporânea de releitura e a verdadeira pintura tradicional. Mas a pintura chinesa é uma arte muito ampla e expressiva, de modo que aqui pudemos retratar apenas um pedaço, e pretendendo deixar para os leitores uma vontade de continuar a navegar pelos sites e museus e conhecer cada vez mais a grande cultura artística chinesa.

    Imagem 10 – Chang Dai-chien.

    Cerâmica e Escultura

    O bloco de Cerâmica e Escultura teve como ponto de partida uma introdução ao papel central da China no desenvolvimento histórico da cerâmica, com ênfase na sua posição como berço da porcelana, dos esmaltes e da cerâmica de alta temperatura. Destacou-se a importância da arqueologia e dos registros materiais na reconstrução da cultura chinesa, sendo a produção cerâmica um dos principais testemunhos materiais da evolução técnica e simbólica das dinastias.

    Analisamos os materiais e esmaltes antigos utilizados pelos oleiros chineses, enfatizando-se o papel fundamental do caulim (silicato hidratado de alumínio) e do petuntse (pedra feldspática) na composição estrutural e visual das peças, explicitando o trabalho rico em detalhes realizado pelos chineses. Os primeiros esmaltes teriam se originado acidentalmente, a partir da queda de cinzas sobre os potes em queima. Posteriormente, os ceramistas passaram a experimentar com fórmulas compostas por feldspato e calcário calcinado nos esmaltes.

    A discussão sobre técnicas mostrou como a produção cerâmica era organizada de modo coletivo, com uma divisão rígida de tarefas entre os artesãos: da modelagem e decoração à vidragem e queima. As ferramentas ainda hoje utilizadas em certas regiões, como as rodas manuais e os fornos alimentados a carvão em Chen Lu, demonstram a persistência de métodos ancestrais. A análise das formas antigas, realizada por meio de tecnologias computacionais como análise de cluster e métodos de redução de perfil, permitiu categorizar tipologias revelando padrões formais ao longo dos séculos.

    O estudo das contribuições dinásticas foi estruturado de forma cronológica. A dinastia Han introduziu os primeiros vidrados e consolidou o uso da roda de oleiro. A dinastia Tang foi notável pela introdução de esculturas em escala humana e pela diferenciação entre cerâmica comum e porcelana. A dinastia Song aperfeiçoou o grés porcelânico e introduziu sobreposições de camadas de argila colorida. Na dinastia Ming, a transição para a “porcelana verdadeira” alcançou seu ápice técnico com as célebres porcelanas azuis e brancas de Jingdezhen. A dinastia T’sing, especialmente sob o imperador K’ang-hsi, é reconhecida como o auge da cerâmica chinesa, com refinamento extremo de forma, vitrificação e acabamento.

    Dentre os estudos de caso, foram analisados os Guerreiros de Terracota do Imperador Qin Shi Huang, notáveis tanto pela escala monumental como pela sofisticação técnica. Cada guerreiro foi modelado individualmente, incluindo armamentos, expressões e pigmentações específicas, como o “roxo chinês” (Chinese Purple), pigmento desenvolvido por alquimistas taoístas, cuja complexidade sugere avanços tecnológicos influenciados por práticas culturais e políticas da época. 

    A cerâmica da dinastia Ming, marca um ponto de inflexão técnica e estética na história da porcelana chinesa, especialmente a produzida em Jingdezhen, destacou-se pela excelência técnica e impacto cultural. Suas porcelanas azuis e brancas, cuja técnica de vitrificação e uso do cobalto importado demonstrou domínio absoluto do processo cerâmico. Os temas decorativos seguiam normas imperiais rígidas, com motivos reservados à elite. Ampliada pelo comércio marítimo, essa cerâmica influenciou artesãos em todo o mundo, que tentaram imitar não apenas seus padrões, mas também suas qualidades físicas , consolidando a porcelana Ming como referência estética global.

    Um ponto de destaque foi a tradição dos bules de chá de Yixing, fabricados com argila roxa local e valorizados por suas qualidades estéticas e funcionais, originados na dinastia Ming e atribuídos ao ceramista Gong Chun. Produzidos artesanalmente, sem o uso de roda, esses bules são considerados objetos rituais essenciais na prática do chá Gong Fu. Segundo a crença tradicional, o uso contínuo do bule aprimora o sabor do chá, sendo recomendado o uso de um bule específico para cada tipo de chá devido à alta porosidade da argila que absorve as propriedades da bebida.

    Na prática do chá Gong Fu, cada elemento do processo desde a preparação minuciosa, do aquecimento dos recipientes às infusões graduadas, evidencia um profundo vínculo entre objeto, ação e cultura, em que o bule de Yixing atua como mediador sensorial e espiritual. Além dos bules, destacam-se os “tea pets”, pequenos companheiros cerimoniais feitos da mesma argila de Yixing. Esses objetos, moldados em formas simbólicas como o sapo de três patas (Jin Chan), que atrai boa sorte, o elefante, que representa sabedoria e paz, enriquecendo a experiência estética e espiritual da cerimônia, reiterando a fusão entre arte, crença e cotidiano.

    Por fim, o recorte de gênero na arte cerâmica chinesa contemporânea foi discutido a partir da obra “Autumn of Tang Dynasty” (2008) da artista como Peng Wei. Sua produção desafia o ideal “padrão” ao reinscrever o corpo feminino como suporte e sujeito da expressão artística. A pintura tradicional em nanquim sobre torsos tridimensionais subvertem tanto os limites entre pintura e escultura quanto às categorias clássicas de representação feminina. A tradição é aqui reinterpretada de forma crítica e poética, evocando questões sobre autoria, memória e a presença da mulher na história da arte. Se por séculos o corpo feminino foi suporte para projeções alheias, hoje ele se torna também território de autoria. 

    Diante da sofisticação técnica, simbólica e estética da cerâmica chinesa ao longo dos séculos, impõe-se uma pergunta inevitável: como esses saberes, majoritariamente transmitidos por práticas coletivas, silenciosas e muitas vezes invisibilizadas, desafiam as narrativas eurocentradas da história da arte? E para além deste questionamento em um campo historicamente dominado por olhares masculinos, o que nos revelam as vozes femininas contemporâneas ao remoldar o barro, o corpo e a memória? A cerâmica continua sendo mais do que apenas matéria, é linguagem, é política, é presença. Cabe a nós reconhecer quem molda, quem assina e, sobretudo, quem permanece à margem do forno aceso da história.

    Arte Moderna

    Para o último bloco do tema Artes Visuais, abordamos as características gerais da arte moderna chinesa, um tópico muito amplo que inclui pintura, escultura, montagem, fotografia e outras expressões artísticas. O recorte escolhido para aprofundamento foi os pôsteres de propaganda chinesa, tendo em vista a importância desse tipo de arte durante décadas (dos anos 50 até os anos 90) e a influência sobre a sociedade e a política da China. Para o material base da Sessão de Estudos, a curadoria separou alguns pôsteres em ordem cronológica para ilustrar a relação entre a composição dos desenhos e as campanhas do Partido Comunista da China em determinadas épocas (acesse aqui).

    Para situar-se historicamente, a arte moderna tem início a partir de 1912 com a última dinastia da China e a construção de uma república. A política turbulenta influenciou a arte e os intelectuais da época que estavam preocupados com a identidade nacional e o futuro do país. Nesse sentido, observam-se dois grupos: o primeiro composto pelos defensores da permanência e manutenção das tradições antigas e o segundo a favor da reforma e da ruptura com o passado. Ainda no começo do século XX, artistas chineses estudaram na Europa e aprenderam técnicas ocidentais de artes, como a noção de composição e perspectiva, as quais foram sintetizadas em alguns trabalhos e obras. Dessa forma, o cenário artístico da China nessa época estava em conflito sobre abraçar a modernidade ou permanecer com suas raízes.

    Para compreender a arte moderna (e contemporânea) chinesa deve-se desvencilhar do conceito ocidental de modernidade. Apesar das influências externas, a arte chinesa não pode ser enquadrada em categorias europeias ou americanas de arte, pois o “abstrato” e o “subjetivo” já eram utilizados nas obras chinesas muito antes do movimento modernista, por exemplo. Com base no artigo de Paul Gladston, é possível compreender que a arte chinesa moderna não se encaixa facilmente nas dicotomias típicas do pensamento ocidental, como “tradicional ou moderno”. Em vez disso, ela opera em um espaço híbrido, onde elementos da tradição chinesa (como a caligrafia, o pensamento confucionista, ou estéticas visuais clássicas) são reinterpretados dentro de contextos modernos e contemporâneos, frequentemente com influências internacionais. A tradição não desaparece, mas é reconfigurada, às vezes como forma de resistência simbólica à modernidade imposta (ocidental), e às vezes como modo de afirmar uma identidade cultural própria. O moderno, por sua vez, não é simplesmente “o novo” ou o “ocidental”, mas um campo de disputa simbólica no qual artistas chineses tentam dialogar criticamente com o Ocidente e também com seus próprios paradigmas internos. Gladston vê esse processo como algo que situa a arte chinesa “em algum lugar (e em lugar nenhum)” entre modernidade e tradição — ou seja, não completamente em um polo ou outro, mas em um entrelaçamento fluido e estratégico. Na Sessão de Estudos, o artista Zhu Wei e sua obra “Diário da China, n. 52” foram usados como exemplo para a releitura moderna do passado chinês, pois ele retoma elementos tradicionais mesmo em tempos atuais.

    A partir dessa noção, passamos por três categorias de arte moderna chinesa: 

    1. modernista: artistas comprometidos com os movimentos e técnicas ocidentais, como por exemplo Pang Chun Qin e o Storm Society;
    2. tradicional: aqueles que misturavam técnicas tradicionais com técnicas modernas, como é o caso do fotógrafo Long Chin San;
    3. moderno-literato: inclui os adeptos às técnicas tradicionais e pinturas como o Guo Hua (国画).

    A partir de 1949, a arte chinesa tem uma nova virada. Durante as décadas de 1950 e 1960, a produção artística na China foi profundamente moldada pelos ideais do Partido Comunista, segundos os quais todas as formas de arte deveriam refletir a posição das massas e servir aos objetivos revolucionários. Nesse contexto, o realismo socialista — fortemente influenciado pelas políticas culturais da União Soviética — tornou-se o principal estilo oficial, sendo amplamente utilizado na produção e exibição pública de obras de arte. Essa estética foi combinada com técnicas tradicionais chinesas como o gong bi (pintura meticulosa) e o shui mo (pintura com tinta e água) para representar temas revolucionários e construir uma identidade cultural alinhada ao socialismo.

    Mao Zedong enfatizou ainda a importância dos motivos e técnicas da arte popular chinesa como forma de expressar uma identidade revolucionária autenticamente chinesa. Essa valorização das raízes culturais locais vinha acompanhada de uma rejeição nacionalista e anti-imperialista às influências políticas, econômicas e culturais do Ocidente. Essa postura culminou na Revolução Cultural (1966–1976), período em que tanto a cultura tradicional chinesa quanto a arte modernista de viés “burguês” foram violentamente reprimidas. A tentativa de romper radicalmente com o passado resultou na destruição em larga escala de artefatos históricos e obras modernistas, em nome de uma revolução ideológica total.

    A estética era fortemente inspirada no realismo socialista soviético, com imagens amplamente disseminadas em muros e fachadas de edifícios governamentais, fábricas, escolas, praças públicas e zonas rurais. Os artistas por trás dessas obras incluíam desde ilustradores de calendários comerciais — populares antes de 1949 — até profissionais com experiência em publicidade e editoras. Os temas retratados variam conforme as prioridades políticas do momento: a fundação da República Popular da China (1949–1956), a Guerra da Coreia (1950–1953), o Primeiro Plano Quinquenal (1953–1957), o Grande Salto Adiante (1956–1960), a Revolução Cultural, as disputas pelo poder após a morte de Mao (1976–1978) e, posteriormente, as Quatro Modernizações lideradas por Deng Xiaoping (1978–1982).

    Segundo Stefan Landsberger, em Contextualising Propaganda Posters, esses cartazes não devem ser analisados apenas como objetos visuais ou artísticos, mas como artefatos profundamente imersos em seus contextos ideológicos e históricos. Desconsiderar esse pano de fundo pode levar a interpretações superficiais ou distorcidas. Para Landsberger, os pôsteres cumpriam não apenas uma função estética, mas também uma missão política e educacional: formar cidadãos socialistas, moldar comportamentos e difundir os valores do maoísmo. No entanto, ele também alerta que a recepção do público nem sempre correspondia à intenção dos criadores. Muitas vezes, os pôsteres eram ignorados, reapropriados ou até ironizados, o que revela a complexidade da comunicação ideológica e da recepção cultural.

    A estética repetitiva, o uso de símbolos constantes (como o sol representando Mao) e o apelo a cores vibrantes eram elementos-chave para captar a atenção da população e reforçar as mensagens desejadas. Esses pôsteres, portanto, devem ser entendidos como parte de uma engrenagem visual e simbólica que sustentava a propaganda estatal.

    ➡️ Agradecemos a participação na nossa 2ª Sessão de Estudos. Nos vemos em nosso próximo encontro, que ocorrerá no dia 05/06! Para saber mais: gedcc.proec.ufabc.edu.br/sessoes-de-estudo.

  • Convite: 3ª Sessão de Estudo – 08/05

    Prezadas e prezados,

    O Grupo de Estudos e Difusão Cultural da China (GEDCC) tem o prazer de convidá-lo(a) para participar de nossa 3ª Sessão de Estudo, a qual ocorrerá no dia 08/05 (quinta-feira), às 18h (excepcionalmente), de forma virtual, via Google Meet, em decorrência do início de nosso recesso acadêmico. 🗓️🐍

    ➡️ Para receber o link de acesso, não deixe de se inscrever em: forms.gle/Ef5RqJ9d11Dt4bcW7.

    Neste terceiro encontro, iremos abordar sobre a temática das artes visuais chinesa. Vamos passar pelas pinturas, cerâmicas, esculturas e arte moderna, refletindo sobre as principais características e obras. 🐍🇨🇳

    Materiais recomendados:

    • Seleção de pôsteres chineses pela curadoria do GEDCC;
    • “O Espírito da Arte Chinesa” – Emílio Mazza (1962);
    • Museu Online Chinês (Chinese Online Museum – COM);
    • Bule Yixing: conheça todos os seus segredos;
    • Museu Virtual ‘Guerreiros de Terracota’.

    ➡️ Todos os materiais estão disponíveis aqui!

    Faça parte de nosso grupo de WhatsApp (forms.gle/5FYcQGq25FR2SSps7) e, claro, não deixe de conferir a data de nossos próximos encontros (gedcc.proec.ufabc.edu.br/sessoes-de-estudo). Em caso de dúvidas, entre em contato conosco!

    A participação é livre, gratuita e certificada! Nos vemos em breve! ✨🪭

    Cordialmente,

    Grupo de Estudos e Difusão Cultural da China (GEDCC)